quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Camino Real de Tennessee Williams


Camino Real, de Tennessee Williams, pelo TEATRO DA GARAGEM, numa encenação de Carlos J. Pessoa, está em cena no Teatro Taborda, em Lisboa, a partir de 20 Janeiro.


Em Camino Real, Williams, que escreveu sob o pseudónimo de Tennessee, e cujo percurso de vida, de operário, a estudante universitário e escritor, marcou profundamente a sua obra, situa a acção num lugar irreal, um mundo novo, obscuro, corrupto e violento. As personagens escolhidas são figuras da história, do cinema e da literatura e movem-se, como fantasmas, num ambiente quente e opressor, repleto de violência, sadismo e paixão. Em 1953 e ainda antes da estreia na Broadway, Tennessee Williams referia-se a Camino Real como sendo a peça que escrevera cuja mundividência mais se parecia com a «construção de um outro mundo, uma existência à parte». De facto, o ambiente comum de Camino Real é o do sonho. Em Camino Real, porto vago de um lugar ainda mais impreciso, as personagens entram, vindas não se sabe bem de onde, e partem para destinos imprevistos ou mundos de sonho, para a Terra Incógnita, mas também para Atenas, ou então não partem e existem enquanto fantasmas entre dois hotéis. Enquanto não partem e passeiam pela plaza, descobrem que afinal o tempo não é misericordioso e que os sonhos da juventude são antecâmaras de caminhos a tomar e do desfalecimento das utopias. A elegia passa em cortejo em Camino Real.

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