quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"Dead End" ou como construir um melodrama

A companhia Mala Voadora apresenta no Teatro Maria Matos (Lisboa), até ao próximo sábado, "Dead End", com texto de Chris Thorpe a partir de narrativas populares da região de Guimarães. É uma aproximação ao melodrama, diz a própria companhia: "Colocam-se como principais personagens um farsante, um tirano, uma mulher inocente e perseguida, um cavaleiro e, sempre que se possa, um animal aprisionado: um cão, gato, corvo, passarinho ou cavalo. O centro de um melodrama é uma personagem injustamente votada ao sofrimento. O desenlace costuma ser adiado até ao final do terceiro acto para que, assim, aumente a revolta do público e o seu desejo de que o desfecho justo e consolador chegue".

Aborda-se o destino e o sacrifício, um certo negrume ― "coisas que, nos melodramas, são arrumadas de forma a que o bem triunfe. As histórias em que o mal é castigado e o bem vence cumprem um papel tranquilizador para os que se projectam no papel da vítima. Constroem uma ordem. Ou, pelo menos, a imagem de uma ordem. 'Dead End' pode ser sobre a necessidade do mal". Dirigida por Jorge Andrade, o espectáculo foi uma co-produção de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura.

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