segunda-feira, 22 de abril de 2013

DURA DITA DURA | Texto de Regina Guimarães


DURA DITA DURA é um espectáculo de marionetas para todas as idades, acerca da atmosfera de terror surdo que reinou, durante meio século, num país onde as paredes tinham ouvidos. Através do olhar atento, por vezes atónito, de uma criança bem amada mas permeável ao mal-estar dominante, pretende-se dar a conhecer um passado ainda próximo mas que tende a esbater-se nas «brumas da memória»
DURA DITA DURA é a história de um menino, o Baltazar, que cresce algures, numa terreola perdida de um Portugal esquecido – mas apertadamente vigiado e auto-vigiado. Baltazar é mudo, mas não surdo. A sua vivacidade de menino fora do baralho conflitua manifestamente com o obscurantismo que caracteriza o Portugal dos pequeninos. Baltazar é um escândalo de silêncio num país silenciado. Mas não se escolhe o lugar e o tempo onde se nasce.
«Era uma vez um menino pequeno que vivia num país pequeno virado para o grande oceano. Dizia-se que, nesse país, grandes homens e homens de todos os tamanhos se tinham lançado pelo mar dentro à procura de outros países e de outros homens. Mas isso tinha acontecido há tanto tempo que o menino de que estamos a falar nunca tinha molhado os pés no mar…»
Regina Guimarães

DITA DURA | Texto – Regina Guimarães | Encenação e Interpretação – Igor Gandra | Teatro Nacional S. João (Salão Nobre) | 24, 25, 26 e 27 de Abril | À meia noite e um quarto

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