O encenador Tiago Rodrigues convidou os Foguetes Maravilha para criar uma peça inspirada nas aventuras épicas que marcaram um passado comum. Em palco, três actores portugueses e quatro brasileiros seguem as pegadas dos grandes exploradores e revelam o exotismo e a magia que se escondem por trás da banalidade do quotidiano.
Quando a companhia Mundo Perfeito e o grupo Foguetes Maravilha decidiram embarcar numa colaboração artística, juntando artistas portugueses e brasileiros, surgiu a ideia de construir todo o espetáculo a bordo de um barco. O ponto de partida era passarmos várias semanas num barco a escrever, ensaiar e discutir. Estávamos fascinados pela coincidência entre a viagem náutica e o processo criativo: estaríamos à deriva, procurando permanentemente o caminho, nunca saindo do mesmo lugar e, simultaneamente, chegando sempre a um lugar novo.
Planeámos os ensaios de modo a poder criar a peça enquanto fazíamos uma travessia do oceano Atlântico a bordo de um pequeno veleiro que batizámos de Mundo Maravilha. Foram meses de rigorosa preparação, procura de financiamento, treino físico e psicológico. Dissemos adeus a todos os que amamos numa grande festa de despedida, prometendo que nos reencontraríamos na estreia do espetáculo, a 2 de novembro no Teatro Maria Matos.
Há cerca de um mês, o Mundo Maravilha zarpou do cais, rumo ao seu destino artístico. Foi uma aventura linda e teria dado um excelente espetáculo se, depois de quatro semanas à deriva, não tivéssemos naufragado e morrido todos.
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