quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O BANDO estreia OS VIVOS






O Teatro O BANDO estreia no dia 13 de Setembro, na sua sede em Vale de Barris / Palmela, o novo espectáculo OS VIVOS, encenação de João Brites e texto de Jacinto Lucas Pires. Trata-se de uma co-produção do teatro O BANDO e o CITEMOR.

O espectáculo estará em cena em Palmela até 21 de Outubro.

"Os Vivos" surge na sequência do espectáculo "Luto Clandestino", de Jacinto Lucas Pires, que estreou nas ruas de Palmela em 2006, num cenário urbano e habitado. Uma co-produção com a FIAR, associação cultural e o patrocínio da Câmara Municipal de Palmela.

Em "Os Vivos", parte-se da ideia que o "Luto Clandestino" será o primeiro acto de um texto maior, onde se vão juntar mais personagens. As ideias são as da culpa e do desejo, da imaginação e da memória, de estar vivo e de não estar. Há um luto mal resolvido, há a vontade de o resolver. Há uma mulher de meia-idade, que é mãe, há um jovem, que é namorado, e agora haverá também um marido, uma empregada e uma morta.
Esta criação, a estrear no Festival CITEMOR, desponta de um trabalho de continuidade com o autor, mas possuindo agora uma nova dimensão, mais alargada.
Chama-se "Os Vivos" esta comédia sobre a morte. Quando a escrevi, a partir de uma peça-em-um-acto que tinha feito para o bando no ano passado, surpreendi-me com a aparência convencional da sua estrutura e com a dispersão de pontos de vista no seu contar. Talvez seja o resultado lógico de levar a morte para dentro de casa, pensei na altura. E, no entanto, ao ouvir depois as primeiras leituras dos actores, já não era isso que me chamava a atenção. Quase o contrário: os cortes, as dissonâncias, os desvios; o impossível feito real, como nos sonhos (e no teatro). E também a voz de conjunto que parecia ficar a ressoar no fim de tudo. "Os Vivos": uma peça sobre não morrer com a morte.

Jacinto Lucas Pires

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