sexta-feira, 26 de março de 2010

O mesmo mas ligeiramente diferente

O mesmo mas ligeiramente diferente é um projecto de dança de Sofia Dias e Vítor Roriz, para a Companhia Instável. O período de criação teve a duração de dois meses, entre Janeiro e Março de 2010 com residências na Cooperativa do Povo Portuense e no Espaço do Tempo em Montemor-o-Novo. Após a estreia deste projecto na Black-Box do Espaço do Tempo, dias 26 e 27 de Março, o espectáculo será apresentado no Teatro Helena Sá e Costa, dias 31 de Março e 1 de Abril de 2010.

O mesmo mas ligeiramente diferente é um título, um ponto de situação e de partida. Por um lado, traduz algo que a companhia tem vindo a perceber do conjunto dos seus trabalhos anteriores. Apesar de formalmente diferentes, há qualquer coisa que identifica como transversal e semelhante, algo que se tem apurado e que julga ser o cerne da sua colaboração e o seu motor de pesquisa. Essa qualquer coisa, parece relacionada com um estado "performativo" e uma forma de articulação ou composição. Elementos que explora no sentido do particular e do subjectivo e que na sua utopia reflecte um indispensável e ambicioso "ligeiramente diferente". No processo isto não é mais do que um esforço de desvio de determinadas fórmulas de interpretação e composição, experimentando um vazio relativo.


Este projecto com a Companhia Instável reflecte uma nova etapa no nosso trabalho de colaboração. Desde o seu início que tivemos que lidar com um conjunto de novas variáveis, mas sem dúvida que aquela que nos colocou mais desafios e questões foi a de integrar três pessoas no nosso espaço íntimo e reservado de criação. A par com a dúvida de partida: se faria sentido o nosso trabalho distanciar-se dos nossos corpos, existia uma outra questão mais prática, a de como partilhar um universo de ideias sobre interpretação, composição e imaginário, quando para nós quase tudo flui como que intuido. O encontro com o Filipe M., o Filipe P. e a Teresa, revelou-se um estimulante processo de negociação e apropriação, ampliado pela singularidade de cada um.

Sem comentários: