Com coordenação de José Luís Ferreira, realiza-se no Mosteiro de São Bento da Vitória, nos dias 28 e 29 de Janeiro, ODISSEIA: Colóquio - De que falamos quando falamos da Odisseia?
Dos despojos de Tróia até regressar a Ítaca, Ulisses errou durante vinte anos. A sua viagem, feita de empreendimento e astúcia, de fado e perigo, de descidas ao inferno da verdade, de uma candura poética que resgata a mentira e a sedição, de um turvo olhar ocidental sobre o outro, é a fonte de todas as viagens, é o espelho vertiginoso onde, tal como Ulisses conta a sua viagem aos Feaces, nos transformamos nos narradores de nós próprios. Essa viagem é a Odisseia. Para a desbravar, convidamos um número apreciável de pessoas interessantes, que vêm dos universos da política, da filosofia, da criação artística, das universidades, de Portugal e do mundo lá fora. Desde as releituras da obra em tradução até à interpelação da criação artística nas aras da cidadania e das novas sociedades multiculturais, cheias de viajantes sem retorno, até à utopia de uma cultura da política, outra que não esta espécie de teia de Penélope, sempre fazendo-se e desfazendo-se enquanto os pretendentes arruínam o presente afirmando construir um futuro, de tudo um pouco se discutirá ao longo destes dois dias de Janeiro. Odisseia: Colóquio é o primeiro passo de uma iniciativa conjunta do Teatro Nacional São João, do Centro Cultural Vila Flor, do Theatro Circo de Braga e do Teatro de Vila Real, com o envolvimento activo da União dos Teatros da Europa, um projecto que tenderá a envolver a comunidade teatral da região Norte, dos criadores aos públicos, dos programadores aos mediadores, num processo de interrogação e qualificação das suas experiências, à descoberta dos mecanismos reais de diálogo entre a criação artística teatral e os processos políticos e sociais que determinam a contemporaneidade.
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