sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ser Tão Teatro navega pelo Velho Chico para contar a história da Flor de Macambira

Depois de circular com o espetáculo “Farsa da Boa Preguiça” em 2010 por 21 cidades brasileiras de sete estados nordestinos, atingindo um público de mais de 17 mil pessoas, o Ser Tão Teatro empreende sua nova aventura: a realização da tournée de “Flor de Macambira” por dez cidades do leito do Rio São Francisco, além de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, entre 11 de Fevereiro e 3 de Abril. As dezoito pessoas da equipa técnica percorrem, de autocarro, cerca de 5.860 km, levando seu teatro às praças públicas de Penedo (AL), Propriá (SE), Petrolina (PE), Paulo Afonso (BA), Juazeiro (BA), Bom Jesus da Lapa (BA), Xique-Xique (BA), Januaria (MG), São Francisco (MG) e Pirapora (MG).

A ESTREIA É NA PRAÇA DOZE DE ABRIL, NO CENTRO DE PENEDO, ALAGOAS, NO DIA 11 DE FEVEREIRO, ÀS 19H.

Dirigido por Christina Streva, o espetáculo é baseado na obra “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo, publicada em 1963, mas pouco encenada até hoje. A pesquisadora Rosyane Trotta e o Ser Tão Teatro assinam a dramaturgia da montagem. O patrocínio é da Chesf, através do Programa Eletrobras de Cultura 2010.

Flor de Macambira” é uma festa popular com música, comicidade, cor e teatralidade que conta a história da jovem Catirina, a mais bela flor da Fazenda Macambira, que sucumbe aos vícios e tentações mundanas e, para salvar-se a si e a seu amado, mergulha nas profundezas de sua alma. Tipos do quotidiano brasileiro como o coronel sanguinário, o padre mercantilista, o bicheiro corrupto, e o triunvirato do capitalismo: o economista ilusionista, o banqueiro especulador e o marqueteiro enganador vão sendo apresentados, quadro a quadro, no espetáculo. “Aparentemente simples, as historias populares ocultam poderosas pistas para o entendimento do ser humano”, diz a diretora, atualmente docente e coordenadora de Cultura da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A montagem é uma leitura contemporânea da dramaturgia da década de 60 e, apesar de não ignorar a dimensão política original da época, actualiza a narrativa personificando o drama na protagonista, que não existia no texto de Cardozo. “O autor de O Coronel de Macambira não poupou liberdade poética para enlaçar literatura erudita, crítica social e festa popular. Nós buscamos entrelaçar sua poesia com o Brasil de nosso tempo e a linguagem cênica que emana do jogo vivo dos atores”, diz Rosyane Trotta.

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