terça-feira, 22 de novembro de 2011
"Este corpo que me ocupa" de João Fiadeiro
Se tivesse que reduzir numa só palavra o meu "modo de operação", aquilo que me move e me define enquanto artista, diria que funciono e trabalho com o "resto". O "resto" é aquilo que fica, que foi esquecido (porque não existe crime perfeito). O "resto" é o que cria "vazio". E é a prova da ausência de uma presença. Ou, melhor ainda, é a presença de uma ausência. É no "resto" que vamos encontrar os rastos para darmos início à impossível tarefa de re-construir o mundo, uma e oura vez. Atrai-me esta ideia de saber que algo cá esteve antes de mim e que o que ficou, resistiu.
O resto é também o que está entre o corpo e "a presença do outro no corpo", uma fuga permanente para coisas que ainda não são, para coisas que podem ser. E é nisso que penso: em como dar a ver o que não está lá. Como trabalhar com uma matéria tão volátil como o vazio. Como apresentar o "entre" das coisas. E, pior ainda, como representá-lo? - João Fiadeiro
"Este corpo que me ocupa" de João Fiadeiro,dia 26 de Novembro, Sábado, às 21h30, no Teatro Municipal de Vila do Conde.
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