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O Teatro Municipal de Almada assinala os 150 anos do nascimento de Arthur Schnitzler (1862-1931) com a estreia, a 15 de Março, de Dança de Roda, com encenação de Rodrigo Francisco. Trata-se de uma peça polémica, cuja encenação foi proibida pelo próprio autor no final do século XIX - a abordagem das relações sentimentais entre as personagens chocou a sociedade vienense da altura. O espectáculo está em cena, na Sala Principal, até dia 1 de Abril. Paralelamente, no foyer do teatro é apresentada uma exposição biográfica de Schnitzler e Klimt (também nascido em 1862). No dia 31 de Março, em parceria com a Embaixada da Áustria em Lisboa, o TMA organiza um colóquio internacional sobre o autor de Anatol, Dança de roda e A cacatua verde.
Dança de roda traz para o palco a roda-viva das relações instáveis e permissivas entre homens e mulheres, numa frenética dança de casais, com pares que se formam e desfazem de cena para cena, abordando de uma forma surpreendente as teorizações de Freud acerca dos impulsos sexuais e dos jogos de poder. A acção circular desta peça evoca a propagação da sífilis, uma doença sexualmente transmissível que era no final do século XIX um flagelo semelhante ao que é hoje em dia o HIV. A publicação da peça causaria grande controvérsia, tal como a sua primeira representação, em 1920, levando a que, no ano seguinte, um tribunal de Berlim a considerasse ofensiva da moral pública e Schnitzler viesse a proibir a sua apresentação em palcos europeus até à data da sua morte.
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