terça-feira, 19 de março de 2013

A elegante melancolia do crepúsculo

A elegante melancolia do crepúsculo, que interpela (e transpõe) as fronteiras entre o teatro e o cinema, baseia-se no tríptico Luzes da cidade, O grande ditador e Luzes da ribalta, de Charles Chaplin: três marcos da História do cinema, que constituem três exemplos máximos do seu génio e nos quais o célebre realizador fala da vida, do amor, da sobrevivência e da solidariedade. Calvero, o derradeiro personagem de Chaplin procura, como o Fausto de Goethe, a juventude perdida através da memória musical.

Neste projecto com dramaturgia de Roberto Merino, Luísa Pinto centra-se na relação entre estas duas áreas de criação; teatro/cinema, com o objectivo de despertar no espectador duas percepções da acção  a imediata vista pelo público no momento em que a acção decorre e a vista em projecção  Os actores contracenam com a tela, entrando e saindo da mesma, em presença corporal e virtual por esta forma multimédia, é como se o dispositivo cénico estivesse dentro do olhar de uma câmara. Também a música está presente em todo o espectáculo  à semelhança do cinema mudo, o piano narra a acção como se de um segundo texto se tratasse.

A elegante melancolia do crepúsculo é uma encenação de Luisa Pinto, com dramaturgia de Roberto Merino, direcção musical de Bernardo Soares e interpretação de Isabel Carvalho, João Costa e Valdemar Santos.

A partir de 20 de Março no Cine Teatro Constantino Nery.

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