Insurreição? Caos? Algo terrível abala a cidade: apagão, uma multidão ocupa as ruas, helicópteros tomam o céu. Ninguém sabe o que aconteceu. Não há informações nem TVs e os telefones não funcionam. Um casal refugiado em seu apartamento vive o desespero diante da própria impotência. Ana, sua filha, está desaparecida. Como encontrá-la? Onde procurá-la? Quando os limites emocionais são rompidos, outro universo surge, as fronteiras entre consciente e subconsciente, dentro e fora, tornam-se nubladas e frágeis como uma vidraça. Excedendo o conflito particular, o que se passa na escuridão do apartamento é a erupção de questões humanas e sociais.
Com encenação de Gilberto Gawronski e uma narrativa ágil, o drama contemporâneo Ana Não Está estreou no dia 28 de Março, no Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso, em S. Paulo e fica em cartaz até o dia 30 de Junho. Com um olhar atento ao cotidiano e utilizando ferramentas da cena contemporânea (projeções, narrativas, sonoridades), o espetáculo faz uma radiografia dos personagens que interpretam os aflitos pais de Ana. Eles convivem e tentam lidar com a perda de suas ideologias juvenis, representando o típico casal que, durante o período da ditadura militar, absorveu importante bagagem de conhecimento sociopolítico e manteve compromisso ideológico com os problemas de seu tempo.
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