terça-feira, 11 de junho de 2013

Portugal, África e Brasil encontram-se no Quilombo da Machadinha, Quissamã - Rio de Janeiro

O Quilombo rural da Fazenda de Machadinha fica em Quissamã, no estado do Rio de Janeiro. Este é um dos poucos municípios brasileiros que tem um nome de origem africana. Mais curioso ainda é que um dos santos padroeiros de Machadinha é o lusitano Santo António. Foi este o lugar escolhido para nova apresentação do espetáculo de teatro Luso-Afro-Brasileiro "Dona Mulata e Triunfo", da companhia 10pt - Criação Lusófona. O espectáculo é Sábado, 15 de Junho às 19h, nas ruínas da Casa Grande da Fazenda de Machadinha

"Dona Mulata e Triunfo" é uma hilariante história de amor e leva-nos a revisitar a história passada e presente da região portuária do Rio de Janeiro, porto de encontro entre homem branco, preto e indígena. O espetáculo de teatro incluído no projeto luso-afro-brasileiro "fui?" narra o percurso destes dois personagens sem tempo e com uma estória em comum, desde a escravatura, passando pela miscigenação e desaguando na vertiginosa transformação do porto do Rio. Foi neste lugar, em tempos o maior porto de comércio de escravos do mundo, que povos diversos se encontraram, comerciaram olhares, acasalaram ideias e nessa erupção foi nascendo o Brasil.

E é em clima de grande agitação, fruto do rápido crescimento económico do Brasil, que a actriz brasileira Marisa Francisca e o actor da Guiné-Bissau Welket Bungué irão se rebelar das amarras de Cronos e narrar deliciosas estórias intemporais! Até o Cupido solucionar este caso ouviremos das desventuras de um pobre mercador de escravos, de como Amália sofreu por Joaquim e de quão famoso Xangô é na África... A direção musical é de Spirito Santo (Musikfabrik), acompanhado ao vivo pelo percussionista Shopa. O português Miguel Pinheiro, diretor artístico da 10pt - Criação Lusófona, assina a direção e dramaturgia. A supervisão cénica está a cargo de Sidnei Cruz. A pesquisa histórica teve a colaboração do africanista Alberto Costa e Silva e do historiador Antônio Edmilson Rodrigues.

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