Entre 20 e 22 de Junho sobe ao palco do TNSJ, no Porto, Zoo, co-produção Nome Próprio / Maria Matos Teatro Municipal / Centro Cultural Vila
Flor / TNSJ, com direção de Victor Hugo Pontes, cenografia de F. Ribeiro, desenho de
luz de Wilma Moutinho, música original de Rui Lima e Sérgio Martins e interpretação de Diletta Bindi, Francesca Bertozzi, Marco Ferreira, Paulo Mota,
Pedro Rosa, Valter Fernandes de Vítor Kpez.
Victor Hugo Pontes chega ao
palco do TNSJ num momento particularmente exaltante do seu percurso artístico.
Para trás ficaram, no curto espaço de um ano, "A Ballet Story", "A Strange Land"
e "Fuga sem Fim", com especial destaque para o primeiro, que os jornais Público
e Expresso consideraram o melhor espetáculo de dança de 2012. Reconhecimento
crítico que sinaliza a vitalidade de um criador para quem as artes plásticas, o
cinema, o teatro e a dança se assumem enquanto territórios de transferência.
Nesta sua nova criação, Victor Hugo Pontes parte de "Why Look at Animals?",
texto originalmente publicado pelo ensaísta britânico John Berger em About
Looking (1980), onde reflete sobre a relação ancestral entre animais e humanos,
esse "companheirismo inominável" em regime de mutação nas sociedades
contemporâneas, uma vez que as criaturas enjauladas em jardins zoológicos acabam
por tornar-se "monumentos vivos ao seu próprio desaparecimento cultural". Zoo
interessa-se por este processo e transforma-o em matéria teatral,
estruturando-se em torno de pares ora dicotómicos, ora complementares: homem e
animal, observador e observado, público e cena. Perdida a relação com a
natureza, resta a esperança de nos religarmos ao mundo através da experiência da
beleza num ambiente de assumida artificialidade? "Zoo" é um paradoxo em estado
de observação.
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