O encontro de figuras fascinantes, embora de mundos completamente diferentes: Marilyn Monroe, Albert Einstein, Joseph McCarthy e Joe Di Maggio. Esse impossível - e potencialmente riquíssimo - diálogo acontece no palco do Ágora Teatro, até 31 de Agosto.
Trata-se de Insignificância, peça do dramaturgo britânico Terry Johnson, aclamada internacionalmente e inédita no Brasil. Com tradução e encenação de Beatriz Bologna, o espetáculo põe em cena duas figuras emblemáticas da nossa sociedade do século XX: Marilyn Monroe e Einstein, num quarto de hotel em Nova York, em 1953. A eles juntam-se o maior ídolo do desporto nos Estados Unidos (Joe Di Maggio), marido da actriz , e um senador (Joseph McCarthy) famoso pela sua caça das bruxas.Esse encontro inusitado traz à luz uma das questões mais presentes na média nos nossos dias: as implicações da fama, tanto na vida pessoal das grandes celebridades, no que diz respeito a concessões feitas para obtê-la ou mantê-la, quanto no que concerne à sua manipulação para fins políticos. Por intermédio dos olhos de personagens que representam os maiores fenómenos de popularidade do século XX, o autor especula sobre três possibilidades de negociação com a fama: a recusa dela pelo cientista; a aceitação relutante, pelo mito sexual que Marilyn representa até hoje; e a frustração, quando ela se esvai, no personagem do jogador.
De acordo com a directora Beatriz Bologna, que traz o projecto a São Paulo, a peça atraiu-a pela altíssima qualidade dramatúrgica, a partir de um texto que explora subtilezas das biografias das personagens e foge dos estereótipos, como a actriz loura e o cientista exótico. “Insignificância mexe com a fantasia das pessoas, revelando a intimidade de personalidades que marcaram o séc. XX”, explica. “Mas faz isso de maneira muito pouco óbvia, a um só tempo delicada e impactante”.
Os quatro personagens - que não são nomeados no texto - estão num quarto de hotel, na noite que precederia o depoimento de Einstein (vivido por Jorge Tarquini) na Comissão de Actividades Anti-Americanas. A ele se juntam Marylin (Monik Kukulka), McCarthy (Luiz Eduardo Frin) e Di Maggio (Ênio Vivona).
Marilyn acabava de filmar a famosa cena de "O Pecado Mora ao Lado2, de Billy Wilder, em que o vento do metro levanta sua saia. Deprimida, está preocupada com sua carreira e com a dificuldade de engravidar. A diva do cinema busca a sabedoria do cientista mais influente do século. Seu marido, a lenda do basebol Joe Di Maggio, está mais preocupado com as figurinhas de chicletes que trazem seu rosto. Ao mesmo tempo, McCArthy tenta direccionar o depoimento de Einstein.
O texto questiona com sensibilidade o culto à celebridade difundido na sociedade americana, ou, nas palavras do personagem de Einstein, “Americanos, os fazedores de deuses… eles não se responsabilizam pelo mundo deles, eles querem jogá-lo sobre os ombros dos outros”.
Os três grandes ídolos - o cientista, a actriz e o jogador - negociam de formas diferentes com essa sociedade, levando em conta seus vícios e qualidades - a liberdade, o conservadorismo, a perseguição política, o uso da ciência para fins militares, a fama. Cada um deles decide, em vista do que são e representam, se irá ou não compactuar com esse sistema, e de que forma. Insignificância foi transformada em filme, em 1985, dirigido por Nicolas Roeg.
Ficha Técnica
Trata-se de Insignificância, peça do dramaturgo britânico Terry Johnson, aclamada internacionalmente e inédita no Brasil. Com tradução e encenação de Beatriz Bologna, o espetáculo põe em cena duas figuras emblemáticas da nossa sociedade do século XX: Marilyn Monroe e Einstein, num quarto de hotel em Nova York, em 1953. A eles juntam-se o maior ídolo do desporto nos Estados Unidos (Joe Di Maggio), marido da actriz , e um senador (Joseph McCarthy) famoso pela sua caça das bruxas.Esse encontro inusitado traz à luz uma das questões mais presentes na média nos nossos dias: as implicações da fama, tanto na vida pessoal das grandes celebridades, no que diz respeito a concessões feitas para obtê-la ou mantê-la, quanto no que concerne à sua manipulação para fins políticos. Por intermédio dos olhos de personagens que representam os maiores fenómenos de popularidade do século XX, o autor especula sobre três possibilidades de negociação com a fama: a recusa dela pelo cientista; a aceitação relutante, pelo mito sexual que Marilyn representa até hoje; e a frustração, quando ela se esvai, no personagem do jogador.
De acordo com a directora Beatriz Bologna, que traz o projecto a São Paulo, a peça atraiu-a pela altíssima qualidade dramatúrgica, a partir de um texto que explora subtilezas das biografias das personagens e foge dos estereótipos, como a actriz loura e o cientista exótico. “Insignificância mexe com a fantasia das pessoas, revelando a intimidade de personalidades que marcaram o séc. XX”, explica. “Mas faz isso de maneira muito pouco óbvia, a um só tempo delicada e impactante”.
Os quatro personagens - que não são nomeados no texto - estão num quarto de hotel, na noite que precederia o depoimento de Einstein (vivido por Jorge Tarquini) na Comissão de Actividades Anti-Americanas. A ele se juntam Marylin (Monik Kukulka), McCarthy (Luiz Eduardo Frin) e Di Maggio (Ênio Vivona).
Marilyn acabava de filmar a famosa cena de "O Pecado Mora ao Lado2, de Billy Wilder, em que o vento do metro levanta sua saia. Deprimida, está preocupada com sua carreira e com a dificuldade de engravidar. A diva do cinema busca a sabedoria do cientista mais influente do século. Seu marido, a lenda do basebol Joe Di Maggio, está mais preocupado com as figurinhas de chicletes que trazem seu rosto. Ao mesmo tempo, McCArthy tenta direccionar o depoimento de Einstein.
O texto questiona com sensibilidade o culto à celebridade difundido na sociedade americana, ou, nas palavras do personagem de Einstein, “Americanos, os fazedores de deuses… eles não se responsabilizam pelo mundo deles, eles querem jogá-lo sobre os ombros dos outros”.
Os três grandes ídolos - o cientista, a actriz e o jogador - negociam de formas diferentes com essa sociedade, levando em conta seus vícios e qualidades - a liberdade, o conservadorismo, a perseguição política, o uso da ciência para fins militares, a fama. Cada um deles decide, em vista do que são e representam, se irá ou não compactuar com esse sistema, e de que forma. Insignificância foi transformada em filme, em 1985, dirigido por Nicolas Roeg.
Ficha Técnica
Texto: Terry Johnson
Tradução e direção: Beatriz Bologna
Elenco: Jorge Tarquini, Monik Kukulka, Luiz Eduardo Frin e Ênio Vivona
Elenco: Jorge Tarquini, Monik Kukulka, Luiz Eduardo Frin e Ênio Vivona
Cenografia: Sylvia Moreira
Iluminação: Jucca Rodrigues
Figurinos: Eveline Imbert
Produção: Ivana Pansera
Programação Visual: Werter Astolfi
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