Criou a Wrestling School, porque percebeu que o desconforto do seu “Teatro da Catástrofe”, assente no conflito, na dor e no êxtase da tragédia, já não cabia na cena teatral britânica. Sozinho em casa, Howard Barker teve a sorte de encontrar no Porto a “sua” companhia (As Boas Raparigas…) e o “seu” encenador (Rogério de Carvalho). Os seus nomes já se cruzaram nas fichas artísticas de Possibilidades (1998), Tio Vânia (2000) e Mãos Mortas (2006), a demonstrar que a radicalidade do primeiro convive bem com a austeridade dos segundos, que o trabalho rigoroso sobre a voz e a palavra é uma espécie de chão comum que tem produzido os seus frutos. Com Os Europeus, As Boas Raparigas… regressam ao convívio de Barker por uma questão de “oportunidade”. Elas dizem porquê: a Viena de 1683 arrasada pelos turcos, o contexto histórico deste “conto cruel”, é um lugar demasiado próximo de nós (“a terra devastada, o Estado decadente, uma cultura questionada”). Também dizem onde: “Este é um Mundo sem piedade, sem descanso, sem qualquer humanidade, onde temos frio, muito frio. É a Europa”.
de | Howard Barker
encenação | Rogério de Carvalho
cenografia | Cláudia Armanda
interpretação | Carla Miranda, Cláudia Chéu, Elmano Sancho, Laura Barbeiro, Maria do Céu Ribeiro, Maria Ladeira, Miguel Eloy, Nuno Geraldo, Paula Garcia, Paulo Duarte, Wagner Borges
co-produção | As Boas Raparigas…, TNSJ
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