Ana Deus (voz dos Três Tristes Tigres
e Osso Vaidoso) e João Sousa Cardoso (artista plástico que trabalha
no cruzamento da estética com as ciências sociais) são os
protagonistas de “Raso como o Chão”, um dos textos mais intensos
de Álvaro Lapa (1939-2006), a apresentar no TeCA, no Porto, entre a
próxima quinta-feira e sábado (13 a 15). Datado de 1977, este texto
é representativo de uma obra onde a pintura e a escrita se cruzam,
numa diversidade de referências literárias, pictóricas e
filosóficas.
Um espectáculo para uma cantora e um
conferencista, encarnados nos corpos e nas vozes destes cultores de
um teatro desalinhado. “Raso como o Chão” lembra a tradição, a
revolução e as comunidades de desejo, explora a articulação entre
o tema e a sua variação, a literatura, o escrito pessoal e a
informação, o recorte, a colagem e a repetição. E lembra ainda um
conjunto de canções que permitem uma viva reflexão sobre o país,
ontem e hoje, e o ânimo criativo que a linguagem pode mobilizar.
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