A partir de “O Auto da Alma” e outros textos de Gil Vicente, numa colagem de textos e encenação de Luís Miguel Cintra, é apresentado no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, Miserere, com Dinis Gomes, Duarte Guimarães, João Grosso, José Airosa, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Ricardo Aibéo, Rita Blanco, Sofia Marques e Vítor d´Andrade. Trata-se de uma co-produção TNDM II e Teatro da Cornucópia que estará em cena até 23 de Maio. Estreia a 15 de Abril.
O confronto de um antigo texto religioso com o nosso tempo. Um reencontro com o “Auto da Alma”, um dos mais belos e mais sombrios textos de Gil Vicente, escrito para a Semana Santa da corte de D. Manuel I. Ao texto do auto acrescenta-se a glosa do salmo “Miserere mei Deus” e a fala do Anjo noutra peça: o “Breve Sumário da História de Deus”. O discurso da culpa e da culpabilização é confrontado com o discurso cristão da alegria, mais frequente em Gil Vicente. Alma, Anjo, Diabos, Santa Igreja e seus Doutores, as figuras simbólicas do auto quinhentista, perdem a sua antiga imagem e ganham carne nas pessoas dos actores. Transformam-se em figuras do nosso tempo, fechadas numa sala de prisão ou de hospital. A cerimónia religiosa passa da igreja para o palco e revela a sua violência num mundo profundamente profano. Estão em cena “Todo o Mundo e Ninguém”. Nos nossos dias. “Todo o Mundo busca a vida e Ninguém conhece a morte.”
MISERERE: uma nova glosa do salmo bíblico. “Amercea-te de mi Deos”.
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