As actividades nos teatros da Guarda, Maria Matos (Lisboa), Virgínia (Torres Novas), Viriato (Viseu) e no Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) estão a ser afectadas por sérias restrições orçamentais devido a um atraso nos financiamentos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).
Este atraso, explicaram esta terça-feira quatro representantes destas cinco estruturas numa conferência de imprensa em Lisboa, está já a limitar a programação e a obrigar os responsáveis a recorrer às autarquias mais do que seria desejável e até mesmo a contrair empréstimos bancários.
Tudo porque, explicou José Bastos, director do Centro Cultural Vila Flor, a 5 Sentidos, a rede de programação com a qual se candidataram ao financiamento do QREN em Abril do ano passado - dinheiros que chegam via Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), um sistema que envolve apoios da União Europeia mas que exige uma comparticipação dos Estados membros que a ele recorrem - continua sem receber qualquer verba.
A candidatura que estes cinco teatros apresentaram ao QREN, programa tutelado pelo Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, implicava a constituição de uma rede de programação destinada a reduzir as assimetrias regionais no que toca à produção e fruição cultural e foi aprovada apenas em Fevereiro deste ano, nove meses depois do prazo previsto, segundo os directores dos teatros.
Mas a falta de aprovação – tudo indicava que ela chegaria – e o facto de não estarem ainda assinados nem o protocolo, nem o contrato de financiamento não impediu os teatros de avançarem como previsto até 31 de Março, graças à banca e às câmaras municipais que os apoiam.
Neste momento, dos 2,9 milhões de euros de investimento aprovado para os 34 meses abrangidos pela candidatura, os cinco teatros já investiram 709 mil euros, dos quais quase 535 mil deveriam ter sido cobertos pelo FEDER (é supostos que os fundos europeus garantam 1,8 milhões dos quase três milhões aprovados).
“A asfixia financeira está a limitar a execução orçamental”, explicou ainda o director do Vila Flor. “O impacto nas estruturas é evidente e o atraso obriga-nos a ir à banca, o que tem custos elevados e vai prejudicar a programação dos teatros, mesmo a que não é feita no âmbito da rede.”
Com a 5 Sentidos estas cinco salas já apresentaram 40 projectos – produto de encomendas directas, co-produções ou da simples compra de espectáculos – em mais de 200 sessões, entre os quais "As Lágrimas de Saladino", de Rui Horta, "A Gaivota", numa encenação de Nuno Cardoso, e "Out of Context – For Pina", de Alain Platel.
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