Três cenas, divididas segundo as partes do dia – manhã, meio-dia e fim da tarde: um velho actor está em pé de guerra com o seu passado. Ele sobreviveu a toda a família, mas em conversas solitárias continua as discussões com a esposa, há muito falecida. Até Shakespeare e Schopenhauer se tornaram seus adversários. O seu dia-a-dia decorre agora num quarto degradado, onde recebe a visita de ratos, que vivem por trás de um rodapé. A esses animais atribui nomes como almirante Nelson ou Dönitz até que por fim os quer envenenar. A sua única ligação ao mundo exterior é uma menina de nove anos, que lhe traz leite uma vez por semana, apesar dele abominar leite. Além dele – ela é a única pessoa a poder usar a coroa de Shakespeare, que ele outrora levara consigo como recordação de um espectáculo.
domingo, 24 de abril de 2011
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