sábado, 30 de abril de 2011

Texto de Raul Brandão numa dramaturgia e encenação de João Brites

Ana Brandão, Guilherme Noronha, Paulo Castro (actores), Christian Luján, Diogo Oliveira, Inês Madeira, Paulo Carrilho, Sara Belo (cantores), Sandra Rosado (bailarina), Jorge Salgueiro (maestro), Bruno Sousa, Catarina Claro, Jacinto Loy Perez Rodriguez, Marisa Correia, Ricardo Sousa, Rogério Monteiro e Sara Araújo (músicos), constituem o elenco de A MORTE DO PALHAÇO, de Raúl Brandão, que está em cena no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, numa encenação de João Brites co-produzida pelo Teatro o bando e Teatro Nacional de S. João.

De uma galeria de figuras marginais que se encontram de passagem no seu percurso infindável, de uma colecção de refugiados cujo olhar está sempre à espera de um Verão que nunca chega, surge-nos um palhaço indigente que se ergue contra o mundo, “como se um bicho de esgoto criasse asas e se pusesse a voar”. Passados vinte anos, o Teatro O Bando regressa às palavras de Raul Brandão (1867-1930) e à música de José Mário Branco, mas a este gesto dificilmente poderíamos chamar reposição, porque no caso concreto destes incansáveis alquimistas, uma nova paisagem cénica e uma nova visão dramatúrgica implicam necessariamente outras formas de organização e percepção. A Morte do Palhaço que co-produzimos e apresentamos no claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória é um espectáculo onde a luta quotidiana se aproxima dos sonhos, ainda que para tal tenha de sacrificar a realidade. Um espectáculo que procura derrubar portas invencíveis, portas que não se abrem, que não se vergam e que só cedem sob o peso de uma vida, pois sempre morre alguém para que a humanidade dê um novo passo. Passados vinte anos, João Brites regressa inquieto aos mesmos pontos de interrogação: “Quais são os nossos sonhos e quimeras? E que força precisamos para os atingir? E quem são os nossos pares nesta luta?” - in website TNSJ

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