A Companhia de Trisha Brown propõe ao público da Cidade do Porto um percurso pelo Museu e pelo Parque de Serralves ao longo do qual irão sendo reveladas peças fundadoras da obra de Brown. Esta recontextualização espacial das peças coreográficas de Brown - característica distintiva dos Early Works que concorre para a sua vitalidade e actualidade - proporcionará novas leituras das obras e dos espaços de apresentação.
O programa integrará doze “Early Works” (de 1968 a 1974), de Trisha Brown, peças matriciais no trabalho desta extraordinária coreógrafa que pertence a um grupo de artistas que, nos anos sessenta, foi protagonista de uma das maiores experiências de interdisciplinaridade e improvisação em arte na história do século XX.
Criados nos anos 60 e início dos anos 70, os Early Works rompem as fronteiras da dança. Resultam de uma nova experimentação física e conceptual, da improvisação, do cruzamento das artes performativas com as artes visuais, da confluência da arte com a “vida quotidiana ”.
Estes primeiros trabalhos de Brown são ainda criados para espaços não convencionais (como galerias, ginásios e salas de apartamentos) e para espaços exteriores (parques, ruas, terraços ou fachadas de edifícios) numa tentativa de aproximar a arte da vida das pessoas e oferecer aos públicos possibilidades alargadas de percepção das peças.
Nos Early Works, Brown desenvolve as “Equipment Dances” – que implicam a construção e uso de estruturas -, como Floor of the Forest; as “Structured Pieces” – danças que emanam de uma regra simples e das suas permutações -, como Sticks ou Figure Eight e as “Accumulating Pieces” – um movimento, repetido, ao qual se junta um segundo e repete-se a frase, à qual é acrescentada um terceiro movimento… -, como Accumulation ou a Raft piece. É também neste período que Brown cria peças trompe l’œil, que desafiam a gravidade e iludem a perspectiva do espectador, como a emblemática Planes.
No seu conjunto, as peças deste período são rigorosas mas alegres e o movimento é “puro” e abstracto.
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