'Um homem que sai de sua terra, Vila Defunto no sertão cearense, percorrendo todos os lugares do imaginário popular, fazendo suas estripulias, bagunçando a ordem constituída, defendendo sua origem, caminhando com seus pés rachados pelas terras secas.
Lugares secos que são regados pelos coloridos das chitas, dos cortejos dos mestres brincantes, pelas peregrinações dos reisados com suas caretas labutando em campos férteis de cantos, danças, em entremeios, criando sua saga, sua rapsódia de manifestações pertencentes dos saberes e práticas coletivas.
Um homem que incorpora a ousadia de ser feliz e encontrar manhas para simplesmente comer. Mas é isso mesmo, encher a pança, se empanturrar, tirar a barriga da miséria, preencher o buraco profundo, comer, comer e comer. Essa trajetória pode ser interrompida, quando esse mesmo homem não tem seu capital. Pois se falta emprego, se a seca maltrata a vegetação com o sol escaldante que derrete a moleira. Sobra a única forma que é de ser um sobrevivente e buscar de volta o que lhe foi tirado, de seus pais, de seus antepassados. O homem herói e anti-herói de si mesmo! Logo esse homem se finge de morto, mas ele já está morto há muito tempo, ele já foi morto quando nasceu. Nascendo em Defunto e fazendo-se de defunto, um José Ninguém da Silva. Essa homem entra em uma peleja com o bode e o pastor-anjo e eles o castigam, o mandam para São Paulo para virar Suco.'
Espetáculo de rua O HOMEM QUE VIROU SUCO
(Livremente inspirado no Cordel e Filme "O homem que virou suco" de João Batista de Andrade)
Criação Coletiva da Trupe Artemanha
Direção e Dramaturgia: LUCIANO SANTIAGOActores: ADONAI BEZERRA, CARLOS ANDRADE, DECO MORAIS, MARCELO DE CASTRO E WELTON SILVA.
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