quinta-feira, 2 de agosto de 2012

OS SETE GATINHOS prolonga a carreira até 1 de Setembro

O espectáculo OS SETE GATINHOS, de Nelson Rodrigues, com direcção artística de Miguel Hernandez e direcção de atores de Priscilla Carvalho, prolonga a carrera até 1 de Setembro, no GLOBE-SP Teatro de Bolso Molière, em São Paulo.

"No ano do centenário de nascimento do dramaturgo Nelson Rodrigues, o GLOBE-SP apresenta a sua versão de OS SETE GATINHOS. Os sete gatinhos, assim como em outras obras do autor, expressa o poder do inconsciente e na sua briga constante e incessante contra o superego, a moral, enfim; com aquilo que de alguma forma o coíbe e limita, e utiliza-se do sexo, impulso natural de todo o ser humano, como a força motriz para que instale o conflito da peça. Todas as personagens da peça, em maior ou menor grau, anseiam atingir uma plenitude e transcendência que de alguma forma preencha o vazio de suas próprias existências, sem que necessariamente tenham plena consciência disso. Anseiam dar vazão aos desejos mais ocultos de sua mente, ao mesmo tempo em que os condenam e reprimem por conta de uma moral excessivamente sustentada por eles próprios. Alguns exemplos: Bibelot afirma que precisa ter sempre uma mulher em casa e outra na zona. Aurora entrega-se a ele por dinheiro, embora este seja destinado ao enxoval da irmã mais nova, Silene, para que ela não tenha o mesmo destino das irmãs mais velhas, que também vivem da prostituição. Mesmo assim Aurora deseja se tornar uma moça honrada, esposa de Bibelot. Silene mata uma gata prenha, por quem tinha um carinho especial, por que teve nojo do animal. Trata-se de uma projeção do nojo que sente de si mesma, ao perder a virgindade e descobrir que carrega dentro de si o desejo sexual. Arlete beija mulher na boca para se sentir menos prostituta. D. Aracy faz desenhos obscenos na parede do banheiro como forma da satisfação sexual, já que há muito tempo não é procurada pelo marido. E, Seu Noronha nutre desejos incestuosos pelas próprias filhas, que satisfaz inconscientemente mandando, sem que elas saibam, homens para que se prostituam. Ao mesmo tempo condena suas atitudes, como sair do banheiro enroladas em toalhas e trocar de roupa com a porta aberta. Sua redenção, seu pedido de perdão para esse comportamento está em Silene, até o momento em que ela engravida. A partir daí, toda a moral sustentada pela família e principalmente por Noronha cai por terra, e então todos podem cheirar mal e apodrecer".

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