domingo, 5 de outubro de 2008

Sören Kierkegaard numa dramatização de Agustina Bessa Luis

Estados Eróticos Imediatos de Sören Kierkegaard, de Agustina Bessa Luis e com encenação de Roberto Merino, é a nova produção da Seiva Trupe, que teve estreia no passado dia 25, no Teatro do Campo Alegre e estará em cena até 31 de Outubro.

Este arranjo para teatro é resultado da leitura habilidosa e grave dos textos de Kierkegaard; o que dá o título à peça “ESTADOS ERÓTICOS IMEDIATOS”, e o “DIÁRIO DE UM SEDUTOR”, além de outras reflexões, pensamentos, memórias e entendimento da sua vida e drama. Por aqui se entende quanto Kierkegaard, foi homem extraordinário, sofrendo do mal de “ter sido um génio numa cidade de província”. As cóleras que ateou, sopradas pela inveja e pela ordem estabelecida, só foram comparáveis ao prazer de as desafiar.

Os amores com Regina Olsen, a admiração turbulenta pelo pai, patriarca terrível adaptado à imagem bíblica, funcionaram como febres em que se descobre a vitalidade e se enfrenta a morte com a vocação maior do homem que é a da mesma morte.Nobre alma, mau cidadão, eficaz no erro e na verdade, esta é uma homenagem a Sören Kierkegaard. O pano de cena lhe seja leve e as tábuas do palco não ranjam com as suas ossadas vestidas de D. João. Talvez não se represente nunca, talvez um dia. O nosso entendimento é perfeito; não vive de projectos de casamento. É, como a música de Mozart, algo de tão imediato que não chega a ser sentimento, mas arte pura.

Esta encenação conta com a participação dos actores: Anabela Nóbrega, Carolina Sousa, Clara Nogueira, Cláudia Abreu, Hugo Sousa, Isabel Nunes, Jorge Loureiro, Juliana Rodrigues, Lizete Pinto, Miguel Rosas, Paulo Calatré, Vânia Mendes e Vera Pitrez

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