quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Daydream do Teatro de Ferro


Até 30-11-2008 no TeCA, Porto, o Teatro de Ferro apresenta Daydream, criação de Igor Gandra, com texto de Regina Guimarães, a partir de "As Ruínas Circulares", de Jorge Luís Borges.

“O desígnio que o guiava não era impossível, se bem que sobrenatural. Queria sonhar um homem: queria sonhá-lo com uma integridade minuciosa e impô-lo à realidade.” Tomando como ponto de partida uma memória da leitura de “As Ruínas Circulares”, uma ficção desse subtil prestidigitador da literatura chamado Jorge Luis Borges, Daydream lança o espectador num teatro, templo ou oficina consagrada à tarefa exclusiva de sonhar. Ou antes: de modelar a matéria de que são feitos os sonhos, tarefa – garante Borges – “mais árdua que tecer uma corda de areia ou que cunhar o vento sem cara”. A parábola do escritor argentino desencadeou no Teatro de Ferro um regresso às origens – o trabalho de pesquisa e experimentação de marionetas –, fazendo de Daydream a ocasião propícia para explorar a marioneta como duplo, interlocutor e objecto plástico, e recolocar a questão do seu enigmático relacionamento com o actor/manipulador. Reconhece Igor Gandra: “Adão, Pinóquio e até Frankenstein podem ter lugar nesta aventura”.
in website do TNSJ

texto Regina Guimarães
encenação e cenografia Igor Gandra
marionetas Maria Jorge Vilaverde, Júlio Alves
desenho de luz Rui Maia
interpretação Carla Veloso, Igor Gandra
produção Teatro de Ferro


Criado em 1999, o Teatro de Ferro (TdF) desenvolve o seu trabalho nos campos do teatro de marionetas, do movimento e do multimédia. É na fusão destes elementos que o TdF forja o seu vocabulário teatral, performativo e interventivo. A companhia tem apresentado regularmente várias produções, com objectivos distintos:
1. Espectáculos para crianças, dirigidos ao público escolar e familiar – Blurp (2001), Pisa‑Relva (2003), Polo‑Polo (2004), Branca de Neve (2006) e Alberto e a Bomba (2007); 2. Ateliês multidisciplinares com duração de seis meses, materializando‑se em espectáculos em que participam jovens integrados em projectos de reinserção social – Planeta Boogie e Urbânia (2002), Desmontagem (2003), Desmontagem 2 (2004), Desmontagem 3 (2005), Desmontagem 4 e Desmontagem 4.1 (2006), e Desmontagem 5 (2007); 3. Espectáculos de pesquisa onde se procuram caminhos inexplorados por este colectivo: Belamáquina (2000), Next e Belamáquina 2.0 (2002), Prometeu e Topgun (2004), Sexta‑Feira (2007), Quase‑Solo, Estufa Fria e Daydream (2008). Sedeado na cidade de Vila Nova de Gaia, o TdF tem direcção artística de Igor Gandra, distinguido pelo Clube Português de Artes e Ideias com o prémio O Teatro na Década 1997; pelo Ministério da Cultura/Instituto das Artes com o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte (2004); pela cidade de Vila Nova de Gaia com a Medalha de Mérito Cultural e Científico (2005); e pelo Jornal do Centro (Viseu) com o Troféu Aquilino Ribeiro (2005). Desde 2003, o TdF tem contado com o apoio do Ministério da Cultura/DGArtes – Direccao‑Geral das Artes e, desde 2006, do Município de Vila Nova de Gaia (Pelouro da Cultura).

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