Exactamente Antunes, de Jacinto Lucas Pires a partir de "Nome de Guerra", de Almada Negreiros, com encenação de Cristina Carvalhal e Nuno Carinhas, que também assina a cenografia e figurinos, e interpretação de Joana Carvalho, João Castro, Jorge Mota, José Eduardo Silva, Lígia Roque, Mané Carvalho, Paulo Freixinho e Paulo Moura Lopes, estreia no Teatro nacional São João, no dia 17 de Março.
“Nós não somos do século de inventar as palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas.” Com Exactamente Antunes, é como se Jacinto Lucas Pires – concitado por Nuno Carinhas – respondesse ao apelo de Almada Negreiros, desencaminhando-lhe Nome de Guerra para a cena. Obra de uma prodigiosa frescura e ingenuidade, o romance instala-nos no percurso (ou carrossel) iniciático de Antunes, provinciano sacudido pelos acasos da sorte na grande cidade, que, entre o clube nocturno e o quarto de hotel, acumula a experiência bastante para concluir que… nenhum saber resulta da acumulação de experiência. Partilhando com Almada o prazer dos paradoxos e a lúdica reinvenção da linguagem, Jacinto Lucas Pires explora a teatralidade que informa este “espectáculo de um homem em luta livre consigo mesmo”, ora pirandellizando-o – por lá irrompe, em futurista fato-macaco, o Autor em busca da sua personagem –, ora brechtianizando-o, ao projectar em cena títulos de capítulos e outras sentenças, irónicas e desconcertantes. Nuno Carinhas assume, enquanto cenógrafo e figurinista, o papel de tridimensionar esta “obra-prima de desenho”, como lhe chamou David Mourão-Ferreira. A encenação, partilha-a com Cristina Carvalhal, num gesto de celebração do génio de Almada, para quem o teatro é “o escaparate de todas as artes”. - in Web site TNSJ
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário