terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Escena Contemporánea na Sala Cuarta Pared


10.000 años”, de 19 a 22 de Fevereiro, integrado na programação do Escena Contemporánea de Madrid, na Sala Cuarta Pared.
10.000 años” é a história de uma demolição. Assistimos ao último acto da vida de um homem destroçado física e mentalmente. A casa em que vive desde há anos vai a ser destruída e o seu último desejo é desaparecer com ela e dentro dela, debaixo dos seus escombros. Várias pessoas o acompanham na sua última noite, preparados para fazer-lhe uma boa festa de despedida, com música, álcool e fogo para purificar tudo. Com a história da destruição bíblica da cidade de Jericó como fundo alegórico, “10.000 año” é uma narração musical cujo relato gira em torno das recordações e a demolição da memória. As vozes dos personagens fundem-se com o som dos instrumentos, criando um poema cénico-musical onde a palavra e a música são os elementos principais, antídotos contra a destruição da memória e contra a morte. Em “10.000 años” fala-se da memória como espaço intangível de habitabilidade e convivência. Das recordações como pedras frágeis que edificam o passado e o presente, desfigurados pelo tempo, a acumulação de imagens, o ruído, os sentimentos.

Carlos Fernández López começa a sua carreira teatral nas Astúrias (Espanha) em 1986. Três anos mais tarde muda-se para Madrid, onde reside e trabalha actualmente. Escreve, dirige e por vezes interpreta as suas próprias obras. Seu trabalho criativo desenvolve-se em torno da palavra, o espaço cénico e o movimento, buscando formas de comunicação poéticas eficazes e imediatas. O seu discurso narrativo joga com a esperança e o desencanto, a realidade e a ficção, o público e o privado. Prefere trabalhar em espaços não convencionais e abertos, dando grande importância ao aspecto orgânico e à comunicabilidade dos intérpretes.

Texto e encenação: Carlos Fernández López
Direcção musical: Nilo Gallego
Intérpretes e músicos: Elena Alonso, Miguel Ángel Altet, Enrique Castro, Ikerne Giménez, Sara Martín, Emilio Tomé
Assistente de encenação: Elena Alonso
Produção por: Carlos Fernández López e Festival Citemor (Montemor-o-Velho, Portugal)

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