É uma certa Índia, uma possibilidade de Índia. Porque não é possível definir tamanho país, nas suas brutais diferenças e contradições, o Tanztheater Wuppertal focou-se nas sensações e impressões colhidas em residências artísticas em Calcutá e Kerala – odores, cores, sabores – para traçar o retrato pessoal de uma cultura sobre a qual “sabemos tão pouco”. Depois das peças “topográficas” sobre Palermo, Lisboa, Istambul ou Tóquio, e antes da derradeira produção em Santiago do Chile, em 2009, Pina Bausch deixou uma síntese da Índia contemporânea e das tradições ancestrais, como a mitologia ou a dança clássica indiana. Shantala Shivalingappa destaca-se, com os seus solos, do conjunto de 16 bailarinos, que dão corpo a uma coreografia vibrante, de intensa fisicalidade, com velozes movimentos de pés. Com um fino humor (em que múltiplas ventoinhas convivem com simulações de elefantes), uma disposição optimista (apesar dos conflitos e do absurdo) e a comicidade e inspiração de elementos locais (como os panejamentos ou os bambus), Bamboo Blues convoca Talvin Singh e a Bombay Dub Orchestra com o mesmo à-vontade com que introduz uma foto de um casal de estrelas de Bollywood. A nota dominante, porém, é melancólica, como o próprio título sugere. Nostalgíndia? - in Website TNSJ
Bamboo Blues, de Pina Bausch, com música de Trilok Gurtu & Arke String Quartet, Suphala, Sunil Ganguly, U. Srinivas & Michael Brook, Talvin Singh, James Asher and Sivamani, Bombay Dub Orchestra, Anoushka Shankar, Amon Tobin, Alice Coltrane, Bill Laswell, Talk Talk, Michael Gordon, Lisa Bassenge, Emmanuel Santarromana, Lutz Glandien, 4hero, Jun Miyake, Solveig Slettahjell, Slowhill e Djivan Gasparyan.
Dias 6 e 7 de Maio no Teatro Nacional S. João.
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