A Flauta Mágica de Mozart encenada por Peter Brook será apresentada no Porto, no TeCA, nos próximos dias 8 e 9 de Maio, integrada no ciclo Odisseia.
Poderíamos começar por dizer que Peter Brook adaptou “livremente” a ópera A Flauta Mágica de Mozart, mas isso seria uma redundância para quem, como ele, construiu uma obra desassombradamente livre, indiferente a modas e escolas. Brook é um gigante porque ousou sempre trilhar o seu próprio caminho. No dicionário brookiano, “adaptar” pode ser um sinónimo de “reduzir”, e em Une Flûte Enchantée “reduzir” significa antes de tudo o mais recusar pesados e serôdios conceitos de ópera. Com Franck Krawczyk (músico que adaptou para piano a partitura de Mozart) e Marie-Hélène Estienne (colaboradora de longa data do encenador britânico, com quem condensou o libreto original de Emanuel Schikaneder), Peter Brook disse não à habitual panóplia de instrumentos e efeitos cénicos para nos restituir uma Flauta leve e efervescente, permitindo assim um acesso desimpedido à magia e à ternura da obra. Em Une Flûte Enchantée, confessam-nos, correram para Mozart de “braços abertos, com aquela impudência que esconde, na verdade, um amor e um respeito profundos pelo mundo que ele nos abre”. Preparemo-nos então para viajar aos ombros deste gigante de 86 anos, que conduz com um sorriso malicioso este divertimento mozartiano. Ignorá-lo seria como privarmo-nos de um irrecusável prazer sem culpa. - in website TNSJ
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário