terça-feira, 1 de maio de 2012

HAMLET de W. Shakespeare - 66ª criação do Teatro da Garagem

Hamlet, tragédia amplificada em registo irónico-sério, representa um Mundo dual: desordem que reivindica ordem, e vice versa, cultura popular (o Carnaval, no jogo verbal, que inverte a ordem do Mundo) e cultura erudita (a palavra jurídica que institucionaliza o Mundo), em reverberações múltiplas, curto-circuitos, descontinuidades.


Há classes sociais, que mutuamente se desafiam, ricos e pobres (e afinal quem são os “ricos” e quem são os “pobres”? É mais sábio o coveiro ou o erudito?), que se seduzem, que se digladiam, que se ofendem, que se amam.


Há acção e pensamento. Vingar, ou não vingar, acreditar, ou não acreditar, ficar mergulhado nessa permanência de si em conflito, porque, no fundo é possível provar uma coisa e o seu contrário (tal é a falácia do pensamento...) ou agir, caindo, num abysmo (porque é o “Y que mantém a boca aberta do abysmo” como disse Pascoais) que levará onde? Céu, Inferno, Nada?


Ei, tu! Aqui e Agora! Quando nos reencontramos? Queres vir ao Teatro? Ver actores e público, face-a-face, em duelo, em trânsito, pelo tempo, pelo espaço, pelo Mundo? Queres vir jogar, como Shakespeare nos ensinou? Queres, mesmo, vir ao Teatro? Queres jogar, seguindo, como não pode deixar de ser (!), os preceitos da “higiene e segurança no trabalho”, um jogo de tudo ou nada? Vê se apareces! Faz por te mereceres. Só se vive uma vez.

Carlos J. Pessoa

ESTREIA - 10 DE MAIO - TEATRO TABORDA

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