segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Cendrev cancela espectáculos dos Bonecos de Santo Aleixo
Em comunicado o Cendrev infoma do cancelamento dos espectáculos dos Bonecos de Santo Aleixo: "Já vão longe os tempos em que, no Alentejo, o teatro dos títeres era uma das poucas diversões das gentes destes lugares, mas a verdade é que os “pícaros” e “atrevidos” bonecos não perderam o brilho e continuam a encantar o público na aldeia de Santo Aleixo que lhes deu o nome, nesses lugares do Alentejo perdido, onde a memória destas “figuras de pau” continua a alimentar conversas, mas também em muitos cantos do mundo onde a magia do espectáculo parece até fazer esquecer a barreira da própria língua.
Quem nos havia de dizer que hoje nos iríamos deparar com a impossibilidade de apresentar os Bonecos de Santo Aleixo. Mas assim vai ser, o Cendrev não tem condições de assegurar os salários aos seus trabalhadores devido aos brutais cortes nos apoios à cultura por parte do Governo e da Câmara Municipal, situação para a qual concorre também a dívida acumulada pela autarquia que atinge, para além do Cendrev, a maioria dos agentes culturais do concelho.
Os trabalhadores do teatro têm necessidades e obrigações exactamente iguais a qualquer outro cidadão, a solução para que nos estão a empurrar é profundamente injusta e completamente implacável, obrigando ao recurso à suspensão para poder usufruir do subsídio de desemprego, ficando, desta forma, os trabalhadores impedidos de participar na realização dos espectáculos. Assim, as apresentações dos Bonecos de Santo Aleixo, previstas para o Teatro Garcia de Resende de 11 a 16 de Dezembro não vão acontecer, situação que lamentamos profundamente uma vez que o que se está a pôr em causa é o direito à criação artística e à fruição cultural.
Embora o que se anuncie para o sector da cultura traga ainda maiores restrições às práticas artísticas, será a nossa capacidade de resistência que irá determinar o futuro do nosso projecto cultural. Nós, como muitas outras estruturas artísticas, tudo faremos para cumprir a indispensável função de serviço público que determina a nossa intervenção. O que falta mesmo é o Estado assumir as suas responsabilidades."
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