quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Shopping and fucking


Depois de ter estreado no CCB, “Foder e ir às compras (Shopping and fucking)” de Mark Ravenhill na versão portuguesa de Ana Bigotte Vieira e encenação de Gonçalo Amorim, volta à cena, desta feita no Teatro da Politécnica, entre 7 e 17 de Dezembro.

Carla Maciel, Carloto Cotta, Pedro Carmo, Pedro Gil e Romeu Costa são os actores desta “oportunidade de reflectir sobre a sociedade de consumo, a globalização, a violência e o corpo, questões que definitivamente se instalaram na sociedade portuguesa e nas artes. Esta sedutora combinação de palavras aponta para dois planos políticos que se entrecruzam e tecem a peça: um check-up à sociedade de consumo e uma sensibilidade extrema quanto à dinâmica das relações. Os personagens compram-se uns aos outros, tentam não ter dependências afectivas e usar o dinheiro como anestesia; comprar é um profilático para o desejo, para no limite se tornar explícito que não dá. Não funciona. E no entanto vai funcionando”.

“Acho que todos precisamos de histórias, nós inventamos histórias para nos aguentarmos. E penso que há muito tempo havia grandes histórias. Histórias tão grandes que podias viver a vida toda nelas. (...) Mas todas elas morreram ou o mundo cresceu ou ficou senil ou nos esquecemos, e então agora estamos todos a fazer as nossas próprias histórias. Pequenas histórias. O que acontece de diferentes maneiras. Mas cada um tem uma.”
Mark Ravenhill, (fala de Robbie)

Mark Ravenhill nasceu a 7 de Junho de 1966 em Haywards Heath, West Sussex (Inglaterra). Estudou Literatura Dramática e Inglês na Universidade de Bristol. Trabalhou como assistente administrativo no Soho Theatre e mais tarde como professor e encenador. Estreou-se como dramaturgo em 1995, com uma peça curta intitulada “Fist”. Mas seria com “Shopping and Fucking” (1996) que ganharia notoriedade: estreada inicialmente no Royal Court, acabaria por fazer digressão a nível nacional e seria finalmente transferida para o West End. Seguiram-se “Faust is Dead” (1997), “Handbag” (1998), “Some Explicit Polaroids” (1999) “Mother Clap’s Molly House” (2001), “Totally Over You” (2003) e, mais recentemente, “Citizenship”, “The Cut” e “Product” (todas de 2005).

A sua obra tem contado com diversas montagens em Portugal. Ainda este ano, a companhia portuense Assédio produziu “Produto” e no ano anterior “O Corte”, que integrou a programação oficial do XXX FITEI. Este “Shopping and Fucking” já foi encenado por duas vezes: em 1999 pelo Teatro Plástico, também do Porto, com encenação de António Pires e em 2006 por Metamorfose Total. Em 2003, a Companhia de Teatro de Braga montou “Algumas Polaróides Explícitas” com encenação de Manuel Guede Oliva e, em 2005, Metamorfose Total apresentou “Fausto Morreu”. “Cidadania” integrou o projecto “Panos” na Culturgest.

Na versão original inglesa já foram vistos “Some Explicit Polaroids” no 2º P.O.N.T.I., em 1999 e “Produt” na Culturgest, em 2006, com o próprio Mark Ravenhill como actor.

Ficha Artística

Mark Ravenhill
Texto
Ana Bigotte Vieira Tradução
Gonçalo Amorim Direcção Artística e Encenação
Carla Maciel, Carloto Cotta, Pedro Carmo, Pedro Gil e Romeu Costa Interpretação
Rita Abreu Espaço Cénico
Ana Limpinho e Maria João Castelo Adereços e Figurinos
Sérgio Milhano Sonoplastia
José Manuel Rodrigues Desenho de Luz
Andreia Carneiro Assistência de produção
Mafalda Gouveia Direcção de Produção

Co-Produção Primeiros Sintomas / CCB

Sem comentários: