“Quatro amigos encontram-se num ringue ou recinto para jogar à bola, e ali vão-se provocando e desafiando, pregando partidas e contando histórias.” Assim descrevia Paulo Ribeiro, em entrevista, o seu Masculine (2007), coreografia interpretada por três bailarinos e um actor que tomava o Pessoa da vida-de-todos-os-dias como ponto de partida e referência central. Interpretado por quatro bailarinas e uma actriz, Feminine é o lado B da aventura pessoana do coreógrafo, espectáculo onde a bola de futebol dá lugar aos saltos altos. Passagens do Livro do Desassossego – obra que há anos não abandona a mesa-de-cabeceira de Paulo Ribeiro – e de outros textos de Pessoa desencadeiam movimentos e palavras num quinteto feminino de excepção, formado após uma audição em que participaram cerca de 250 candidatas das mais diversas partes do globo. Estreia absoluta de um espectáculo cujo criador é bem conhecido do público do TNSJ, Feminine abre a temporada 2008/2009 com sarcasmo, sentido de humor, volúpia, sensualidade – e outras subtilezas femininas.
Para dar corpo à formação que imaginava, Paulo Ribeiro anunciou uma audição, à qual responderam 250 candidatas de todos os cantos do mundo. Quatro foram escolhidas – a que se juntou Leonor Keil, actual directora artística da Companhia Paulo Ribeiro e sua intérprete de há muitos anos (além de sua mulher). […] Este é, no percurso da Companhia, fundada há 12 anos, um projecto invulgar, que não se baseia em cumplicidades firmadas com um colectivo de bailarinos habitual. As intérpretes nunca tinham trabalhado juntas e, na maior parte, não se conheciam. Elisabeth Lambeck é holandesa, trabalhou na Alemanha e soube da audição quando estava a trabalhar em Scope, de Rui Horta, com Romeu Runa; está em Portugal há um ano. São Castro – depois de dançar no Balleteatro ou na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo – entrou no Ballet Gulbenkian no final de 2004, pela mão de Paulo Ribeiro, o então director; poucos meses depois estava novamente no “mercado”, como se sabe. Quanto a Margarida Gonçalves, passou pela Academia Contemporânea do Espectáculo e pelo Teatro Bruto, além de outras experiências com encenadores como José Carretas ou António Fonseca; sob direcção de John Mowat, protagonizou recentemente Salazar – The Musical, sendo o teatro físico o seu território de partida. Erika Guastamacchia, italiana de Bari cuja formação em dança contemporânea foi feita em Roterdão, veio a Portugal fazer a audição e por cá ficou; era a única que nunca tinha lido Pessoa e que admite que ainda não terminou o Livro do Desassossego, ponto de partida para a dramaturgia da peça.
Mónica Guerreiro
Excerto de “Feminine: Cinco Intérpretes à Volta de Pessoa”. Obscena: Revista de Artes Performativas. N.º 13/14 (Jun./Jul. 2008). p. 52
textos Fernando Pessoa
tradução Richard Zenith
Para dar corpo à formação que imaginava, Paulo Ribeiro anunciou uma audição, à qual responderam 250 candidatas de todos os cantos do mundo. Quatro foram escolhidas – a que se juntou Leonor Keil, actual directora artística da Companhia Paulo Ribeiro e sua intérprete de há muitos anos (além de sua mulher). […] Este é, no percurso da Companhia, fundada há 12 anos, um projecto invulgar, que não se baseia em cumplicidades firmadas com um colectivo de bailarinos habitual. As intérpretes nunca tinham trabalhado juntas e, na maior parte, não se conheciam. Elisabeth Lambeck é holandesa, trabalhou na Alemanha e soube da audição quando estava a trabalhar em Scope, de Rui Horta, com Romeu Runa; está em Portugal há um ano. São Castro – depois de dançar no Balleteatro ou na Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo – entrou no Ballet Gulbenkian no final de 2004, pela mão de Paulo Ribeiro, o então director; poucos meses depois estava novamente no “mercado”, como se sabe. Quanto a Margarida Gonçalves, passou pela Academia Contemporânea do Espectáculo e pelo Teatro Bruto, além de outras experiências com encenadores como José Carretas ou António Fonseca; sob direcção de John Mowat, protagonizou recentemente Salazar – The Musical, sendo o teatro físico o seu território de partida. Erika Guastamacchia, italiana de Bari cuja formação em dança contemporânea foi feita em Roterdão, veio a Portugal fazer a audição e por cá ficou; era a única que nunca tinha lido Pessoa e que admite que ainda não terminou o Livro do Desassossego, ponto de partida para a dramaturgia da peça.
Mónica Guerreiro
Excerto de “Feminine: Cinco Intérpretes à Volta de Pessoa”. Obscena: Revista de Artes Performativas. N.º 13/14 (Jun./Jul. 2008). p. 52
textos Fernando Pessoa
tradução Richard Zenith
direcção e coreografia Paulo Ribeiro
música Nuno Rebelo
voz Richard Zenith, Cathrin Loerke
figurinos Ana Luena
desenho de luz Nuno Meira
assistência de coreografia Peter Michael Dietz
interpretação Elisabeth Lambeck, Erika Guastamacchia, Leonor Keil, Margarida Gonçalves, São Castro
co-produção Companhia Paulo Ribeiro, Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest, IGAEM – Centro Coreográfico Galego
Teatro Nacional S. João, Porto - 5 e 6 de Setembro
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