domingo, 16 de maio de 2010

Fala-me Como a Chuva e Deixa-me Ouvir

O TEATRODAGARAGEM apresenta Fala-me Como a Chuva e Deixa-me Ouvir, de Tennessee Williams, numa encenação de ANA PALMA, entre 18 e 28 Maio. Trata-se da 58ª Criação do Teatro da Garagem.

Em Fala-me Como a Chuva e Deixa-me Ouvir, Tennessee Williams explora a tensão psicológica e espacial de dois personagens - um homem e uma mulher - numa peça de um só acto, com uma respiração poética e onírica. O homem queixa-se da falta de diálogo entre os dois e gostaria que ela lhe falasse como a chuva que se faz ouvir lá fora, acompanhada pelo choro lúgubre das notas de um bandolim. A mulher aproxima-se dele, ou será ele que se aproxima dela, e deixa que ele lhe toque o pescoço e lhe implore que fale. Em resposta, contudo, diz-lhe que gostaria de partir dali de não estar ali e, na realidade, ouvimo-la descrever o hotel para onde supostamente vai e onde ficará a viver até que esqueça o próprio momento em que decidiu partir. No final, ouve-se a chuva e a mesma súplica: «Fala-me como a chuva e deixa-me ouvir». Mais do que o desespero de um desejo, impossível de realizar, é o silêncio de sermos anónimos um para o outro que nos assombra os dias.

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