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"Frederico Artur, Príncipe de Homburgo, sonha com a glória. Passeia, sonâmbulo, até ao jardim do palácio, na véspera da batalha de Fehrbellín, que em 1675 opôs o Brandeburgo de Frederico Guilherme aos suecos do Rei Carlos Gustavo. Dormindo, entrança uma coroa de louros. Aí o encontram o Eleitor do Brandeburgo e respectiva Corte. Troçando, o Eleitor impõe-lhe a coroa. Desta aparentemente inócua brincadeira se desencadeia o drama de magnas e inesperadas consequências de O Príncipe de Homburgo, última peça de Heinrich von Kleist, concluída há duzentos anos, poucos meses antes de o génio romântico se suicidar com a amante cancerosa, junto a um lago de Potsdam. Escrita numa Prússia ocupada pelo exército napoleónico, O Príncipe de Homburgo foi classificada pelo próprio Kleist como um “drama patriótico”, mas o seu protagonista órfão, imaturo, contraditório, cheio de fraquezas e delírios de grandeza devolve à nação uma imagem pouco favorável de si própria. Ao confrontar-se com a peça, a escritora Luísa Costa Gomes percebeu de imediato que não poderia ficar-se pela leitura: traduziu-a e, na companhia de António Pires, estreia-se na encenação, para nos restituir a tragédia solitária de um príncipe escandalosamente humano e a surpreendente dinâmica dramatúrgica da obra de Kleist."
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